segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

esta sede

Olha à tua volta.
Consegues vê-lo? Tão azul, mas tão escuro? (não consegues). As estrelas, que o enfeitam noite após noite após noite, todas as noites até ao seu último segundo. Consegues vê-lo? (não consegues).
A Lua, a Lua está ali, e todas as noites vês a mesma fase. A Lua não te sorri, mas faz-te sorrir, sorris para ela, choras sobre o seu olhar atento que te sufoca, aquela atenção desatenta que conheces sem conheceres (não a vês) tão calma, calma como quem suspira pela última vez.
Assim sou eu.
O que sou? A verdade.
Nada existe, habitua-te. Pensa. Não te aflijas, isto vai acabar. Tudo acaba. E mais depressa do que talvez desejarias, já foste esquecido, a tua memória eliminada. Não te tentes imortalizar, isso só te irá levar além-mar de olhos cerrados, e de nada te levará. Podes ser Jesus Cristo, mas quando o último fiel cessar, quando a última escritura arder, quando a última pedra cair, ninguém saberá que esse Messias veio ao mundo.
Encara as barreiras, inventa o teu lugar em relação a elas, porque foste tu que as colocaste ali. Aceita-las, sê livre. E deixa que todos o sejam. LIBERDADE é a palavra de ordem, honra-a. Honra-te. Apaixona-te, deixa-te intoxicar, deixa essa paixão levar-te a Mundos desconhecidos, esteja certo ou errado.
Ouve música, ouve o teu coração, ouve o coração de quem te fizer ouvir. Arranja-te, cuida-te, sê bonito, mantem-te cheiroso. Assusta-te, deixa-te encher de adrenalina.
Aproveita o teu corpo, é o teu único instrumento.
Sê magro, torna-te gordo. Procura estar contente, mas não temas a tristeza. Não realces fronteiras, elas são só imaginação. Não te orgulhes num país, não te orgulhes num grupo. São só telhados de vidro, esses que te protegem, nunca te esqueças.

Mas felicidade? Não caias nessa armadilha.

A verdade sou eu, mas eu não existo. Tu não existes. Lembra-te disso enquanto te conto uma história.
A minha história.

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